Quando um líder utiliza o poder para oprimir a equipe?

Apesar da expressiva preocupação das empresas em manter líderes que façam suas equipes comprometerem-se com o negócio e darem uma entrega total a qualquer momento e diante das situações mais inesperadas, ainda há organizações que abrem espaço para líderes que utilizam o poder para oprimir e se tornam verdadeiros pesadelos para os profissionais.
Confira, a seguir, as características de um gestor que se pauta nessa linha para obter resultados da equipe.

1 - O líder opressor ofusca a equipe, principalmente diante de resultados expressivos. Somente pela presença dele foi possível realizar o trabalho com êxito e nenhum membro da equipe agregou valor ao projeto.

2 - Utiliza seu cargo para se auto-afirmar e, quando isso ocorre, faz questão de lembrar aos demais profissionais que todos estão sob sua "jurisdição", apenas a palavra e a experiência dele têm valor em todas as situações.

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Ele sempre tem razão e não importam os argumentos ou as opiniões que sejam apresentadas pelos colaboradores, não apenas no tocando a fatos relacionados à empresa, mas também em relação ao campo pessoal. Apenas ele – o líder opressor – usa as marcas mais "famosas" e frequenta os melhores restaurantes. A situação complica mais ainda porque ele acredita que tudo gira ao seu redor, é um egocêntrico.

4 - Diante de tanto "poder" a liderança opressora torna-se um disseminador do assédio moral no ambiente de trabalho, pois suas ações constrangem os demais profissionais e, em alguns casos, levam as pessoas a sofrerem impactos emocionais e até mesmo se desligarem da organização.

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Apenas ele tem direito de crescimento, pois quando uma oportunidade surge para seus subordinados aprimorarem ou desenvolverem competências, o líder opressor encontra rapidamente obstáculos para que sua equipe não usufrua aquilo que pode abrir-lhe novas portas ou perspectivas na organização ou mesmo no mercado de trabalho. Ele designa trabalhos de última hora ou deixa para comunicar o treinamento quando a equipe não tem mais tempo de se planejar para participar do mesmo, no risco de comprometer o desempenho de suas atividades laborais.

6 - Se ele está em reunião com os demais gestores, sempre faz comentários do tipo: "Vocês não imaginam como é complicado trabalhar com pessoas tão incompetentes". É incapaz de deixar passar uma oportunidade para validar que ele é o único profissional qualificado em seu departamento.

7 - Tem o péssimo hábito de se aproveitar da boa vontade de um novo colaborador e se mostra aberto ao diálogo. O seu objetivo é apenas ganhar um aliado para obter informações sobre os bastidores do que ocorre quando ele entra em sua sala e tranca a porta. Sentado diante da sua mesa, a liderança déspota está sempre a postos para saber o que sua equipe está tramando contra ele. Por essa razão, precisa mostrar pulso forte em todas as situações ou perderá o controle do seu departamento.

8 - Outro péssimo hábito do líder opressor é literalmente "roubar" a ideia dos demais profissionais. Quando um dos membros da sua equipe desenvolve alguma proposta e ele identifica um diferencial, rapidamente exige que o material seja passado para suas mãos, argumentando que precisa realizar pequenos ajustes. E quando a proposta é apresentada ao nível hierárquico superior, ele omite que a ideia apresentada surgiu a partir do esforço de outro talento.

9 - Existe outro péssimo costume da liderança déspota: quando identifica que outro profissional do seu setor apresenta competências necessárias para ser um futuro líder, sente-se ameaçado e rapidamente encontra uma "desculpa" para desligar o colaborador da empresa. Argumenta que está com excesso de colaboradores ou que o desempenho do mesmo está abaixo do esperado. Encontra mil defeitos para se "livrar" daquela ameaça ao seu poder.

Pode até parecer difícil que pessoas com estas características ainda recebem a responsabilidade de conduzir equipes, se bem que a expressão "aterrorizar times" seria o mais indicado. E você, leitor, pode se perguntar: "Como estas pessoas se mantêm no cargo de liderança?". As respostas podem ser: "São bajuladores de profissionais de níveis hierárquicos superiores aos dele"; "São apadrinhados de pessoas influentes que estão na esfera estratégica da empresa" ou "Porque são inteligentes para dissimularem a verdadeira situação que ele vivencia junto aos liderados". Um fato é certo: cedo ou tarde, a empresa que mantém um "líder opressor" sentirá as consequências, pois já é constado que grande parte dos profissionais pede demissão dos gestores e não das empresas. E como sabemos, perder talentos é um fator preocupante, diante de uma competitividade tão significativa e de um mercado em que as mudanças são constantes.

Fonte: RH.com.br (Patrícia Almeida)