Treinamento: o que impede que os colaboradores aproveitem bem e aprendam

Geralmente, os treinamentos são percebidos pelos colaboradores a partir de diferentes pontos de vista, tanto de forma positiva quanto negativa. Do ponto de vista positivo, os colaboradores podem ver como um benefício incorporado aos ganhos existentes na empresa, tais como: salário, alimentação, saúde, etc.; ou relacionado ao desenvolvimento, levando a uma motivação intrínseca do colaborador, visto ser detectada uma oportunidade de crescimento, com variáveis que tendem para valores pessoais ou profissionais, ou ambas.

Do ponto de vista negativo, é possível que os colaboradores interpretem os treinamentos como uma obrigação, e em muitos casos, até penosa. Ou que apenas tenham o objetivo de atualizar assuntos técnicos ou de temas gerais.

Desta forma, vê-se que há situações que dificultam e outras que facilitam a aprendizagem necessária aos colaboradores de determinada empresa.
É possível que alguns colaboradores mudem a sua posição de resistência para uma melhor aceitação de algum treinamento, à medida em que vão tomando conhecimento do assunto abordado, da identificação para com o instrutor responsável, dos recursos utilizados durante as apresentações (dinâmicas, simulações), da sintonia e atmosfera que vai se estabelecendo entre os participantes ao longo do evento.

Todavia, isto não é fato comum, haja vista a cristalização de ideias pelas quais um colaborador se mantém na postura contrária. Então, tem-se um ou mais participantes que não estarão disponíveis a aprender e, consequentemente, irão tirar pouco proveito dos treinamentos. Há outro fator intimamente ligado ao aproveitamento de um evento, que é o seu estado de espírito naquele dia, podendo estar bem ou não, variando em graus neste intervalo de sensações.

Outros fatores que podem impedir a devida aprendizagem dos colaboradores nos treinamentos: horários destes, carga horária, identificação ou não com o tema do treinamento, motivação intrínseca em aprender algo novo.

São muitas as variáveis existentes que impedem que os colaboradores aproveitem e aprendam nos treinamentos. Isto sempre foi motivo de muitos estudos, principalmente das áreas de psicologia e pedagogia. Teorias foram elaboradas a partir de pesquisas e observações. Os resultados indicaram que cada pessoa aprende de uma maneira diferente, encontrando certa identificação com uma proposta educativa ou outra.

Apesar dessa forma particularizada em aprender, tornou-se claro que o ser humano possui habilidades universais e capacidade em aprender, assim deve-se pensar em tornar os treinamentos mais atrativos e menos tediosos, através da forma de preparação dos ditos treinamentos. Ou seja, o responsável pelos treinamentos tem a obrigação de motivar os colaboradores a se abrirem para o novo conhecimento.

Com este intuito, deve-se aplicar dinâmicas de grupo que funcionam com essa finalidade de preparar as pessoas para algum curso ou uma palestra, como um aquecimento, seja ele de apresentação entre os membros do evento, seja em vivenciar algo mais prático, facilitando a compreensão do assunto a ser explanado. E estas técnicas funcionam favoravelmente; porém, é preciso mais. Não basta somente aplicar dinâmicas. Este é um erro comum que acontece com um instrutor que não tem preparo teórico e prático em dinâmicas e treinamentos. Toda dinâmica tem que ter um objetivo bem claro definido, e ao final de cada dinâmica aplicada, é obrigatório fazer-se o processamento, ou seja, comentar e discutir a mensagem intrínseca de tal dinâmica. Do contrário, os colaboradores só terão se divertido, e não aprendido.

Outra forma de motivar e preparar os colaboradores para aprendizagem é a utilização de músicas e cantos, pois gera bem-estar, cria maior disponibilidade e abertura para aprender, além de envolver os participantes numa aura de unidade, viabilizando a sinergia grupal.

Velhas condições como a das explanações, somadas às inovações (dinâmicas e músicas) e aos recursos tecnológicos (vídeos), com uma pitada de criatividade, propiciam mais motivação e participação de corpo e alma dos colaboradores, que têm muito a dizer, aprender e cantar.
(Adaptado de Siqueira Neto)

11 dicas para melhorar o aproveitamento de um treinamento:

1. O local escolhido para o treinamento deve passar a imagem de uma instalação acadêmica.
2. Se o treinamento ocorrer em um hotel, é preciso ter cuidado para que aquele momento não pareça com uma oportunidade de lazer, de sair da rotina da empresa.
3. O facilitador deverá chegar antes dos treinandos.
4. É fundamental que os equipamentos usados no treinamento como datashow, sejam fixos, permanentes. Isso evitará que ocorram improvisos de última hora possam comprometer o transcurso do evento.
5. Tenha alguém para receber os treinandos, pois isso logo de início mostrará que eles são esperados e farão parte do processo que será realizado. As pessoas devem chegar ao local e perceber que participarão de uma aprendizagem e não meramente verão uma “troca de cartões”.
6. Solicite que os treinandos cheguem ao local do treinamento, com antecedência de uns 15 minutos, no mínimo. Isso permitirá que eles se acomodem melhor, bebam água ou usem o banheiro com calma.
7. Não forme turmas exageradas, acima de 30 participantes. Muitas pessoas em um ambiente estimula a dispersão e o facilitador pode perder o controle da situação.
8. O facilitador deve dominar algumas técnicas acadêmicas. Isso permitirá que o conteúdo seja melhor assimilado pelos participantes do treinamento.
9. Recorra a trabalhos em grupo, atividades para serem resolvidas em casa e estudos dirigidos. Estimule o pensamento e a criatividade dos treinandos.
10. O local para o coffee break não deve ser na sala de aula, nem em um ambiente de circulação de pessoas não participantes do treinamento.
11. Ao término do treinamento, busque o feedback dos participantes. Isso permitirá que você conheça os pontos fortes e os que precisam ser melhorados em uma próxima oportunidade. Para isso, utilize questionários e peça que os participantes respondam as questões e abra espaço para observações.